Por Luiz Amaral, 20 de abril de 2016 Interação Fluido-Estrutura: o que é? Multifísica A engenharia é uma ciência viva que se modifica continuamente. Contas que eram feitas antigamente por réguas de cálculo, hoje são feitas por calculadoras modernas, planilhas eletrônicas e aplicativos de celular. Projetos que outrora eram robustos são substituídos por projetos otimizados para economizar material, reduzir peso. Nesta mesma linha, a simulação propriamente dita também sofreu grandes mudanças e caminha cada vez mais para o ramo multifísico. Neste sentido, o termo FSI (do inglês, Fluid Structure Interaction) se torna cada vez mais presente no dia a dia do profissional de simulação. O que é a interação fluido-estrutura? A interação fluido-estrutura (FSI) é o acoplamento entre leis de diferentes físicas, em especial as da fluidodinâmica e mecânica estrutural. Este acoplamento leva em consideração o campo de pressão ou térmico de uma análise CFD (Fluidodinâmica Computacional) e as consequências diretas deste carregamento na análise estrutural. Existem inúmeros componentes que podem ser estudados sob a ótica FSI. Válvulas industriais, tubulações que transportam fluido a alta temperatura, rotores de máquinas rotativas, turbinas eólicas, válvulas sanguíneas, carenagens externas de gabinetes, antenas parabólicas etc. Basicamente, a maioria dos produtos envolve múltiplas físicas e hoje este tipo de estudo está ainda mais viável e é amplamente utilizado. Na área automotiva, por exemplo, as análises por meio da simulação computacional englobam muitas físicas Estudos FSI podem ser divididos em dois grupos: 1. FSI 1 way – interação fluido-estrutura de uma via; 2. FSI 2 way – interação fluido-estrutura de duas vias. FSI 1 way Este tipo de estudo é o mais comum por exigir menos recurso computacional. Essencialmente, uma análise CFD é resolvida em um software, depois os resultados são exportados e importados para dentro de um programa de análise estrutural. Este caso pode ser utilizado desde que o carregamento CFD não cause deslocamentos demasiadamente grandes na análise FEA (Método dos Elementos Finitos). O efeito contrário é possível, com o envio de dados de uma análise FEA para uma análise CFD. Esta linha de trabalho contudo não é tão empregada. Interação Fluido-Estrutura de uma via FSI 2 way Neste caso uma análise CFD é resolvida e exporta os resultados para uma análise estrutural. Este carregamento resultará na deformação da estrutura, e este deslocamento altera de forma significativa o domínio fluido, alterando o escoamento como um todo no dispositivo. Então a análise estrutural retorna para a análise CFD esta nova posição para que novamente seja extraído o domínio fluido e uma nova análise CFD seja realizada. A nova análise volta a transmitir os resultados para a análise FEA e o ciclo se reinicia. Este processo pode vir a ocorrer “n” vezes até que a convergência seja alcançada, exigindo assim maior recurso computacional por conta dos diversos acoplamentos, bem como da geração de malha. Interação Fluido-Estrutura de duas vias Acoplamento FSI 2 way com ANSYS Para fazer o acoplamento das físicas nas soluções ANSYS o procedimento é simples. No caso do ANSYS CFX, basta arrastar uma análise estrutural e ligá-la à análise CFD. Automaticamente os dois solvers irão entender o acoplamento e permitir a troca de informações no setup. Acoplamento FSI com ANSYS CFX No caso do ANSYS FLUENT, existe uma particularidade. Para uma análise 1 way, o procedimento é o mesmo do ANSYS CFX. Já para uma análise 2 way, é necessário ligar tanto a análise CFD quanto a FEA em um System Coupling. Acoplamento FSI com ANSYS Fluent Para acessar outros materiais sobre simulação computacional, conheça a nossa Biblioteca de Técnica. Luiz Amaral Business Developer Engenheiro mecânico pela Faculdade de Engenharia Industrial (FEI), Mestre em Propulsão e Energia pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e Mestre em Gestão de Negócios pela Business School São Paulo (BSP). Possui experiência em fluidodinâmica e simulações multifísicas e é o gerente do produto Ansys Discovery. TAGS: