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Tendências no desenvolvimento de veículos elétricos no Brasil

Indústria Automotivo

A tecnologia de veículos elétricos e híbridos tem se tornado cada vez mais popular na China, Estados Unidos e alguns países da Europa. Os vizinhos brasileiros da América Latina, Chile e Colômbia estão investindo em frotas de ônibus 100% elétricos para o transporte público, iniciando uma saudável disputa pelo reconhecimento de cidades mais limpas e sustentáveis da América do Sul. Muitos destes contratos, que historicamente eram celebrados com montadoras brasileiras, estão sendo dominados por empresas estrangeiras que conseguiram apresentar uma resposta mais rápida às demandas.

A demanda por veículos elétricos no Brasil

Existem mais de 44 milhões de veículos leves convencionais circulando no Brasil. Contudo, apenas 0.3% dos carros emplacados em 2019 correspondem a híbridos e elétricos, aponta o relatório de estatísticas publicado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O número modesto deve-se, principalmente, aos custos de aquisição elevados e à falta de infraestrutura, já que os veículos dependem de redes de abastecimento e cadeia especializada para manutenção.

O crescimento de veículos elétricos contribui para a redução de desperdícios evitáveis de combustíveis, sobretudo de origem fóssil. Esse é apenas um dos motivos pelos quais o país precisa se adaptar para esta virada tecnológica de forma rápida. A indústria brasileira é referência mundial no desenvolvimento de equipamentos de eletrônica de potência e máquinas elétricas, porém o sistema de propulsão em veículos elétricos traz novos desafios, já que sua eficiência não reside na otimização individual de cada componente, mas na harmonia do sistema como um todo. As montadoras precisam de uma plataforma na qual possam simular todos os componentes, elétricos e termomecânicos, de maneira integrada, com modelos físicos fiéis à realidade.

Veículos elétricos comerciais e o futuro da indústria

No setor de veículos comerciais, contudo, a tendência de eletrificação já é realidade e deve ser acompanhada também pelos veículos leves nos próximos anos. O Brasil concentra 5% da frota de veículos do planeta. Seguindo a tendência mundial, sabemos que os elétricos e híbridos ficarão cada vez mais populares aqui também.

A simulação é peça chave no desenvolvimento e produção locais desses veículos. De olho nessa tendência, a ESSS prepara a indústria brasileira para o crescimento da demanda por veículos elétricos e híbridos, disponibilizando softwares de simulação que possibilitam às montadoras projetarem e produzirem com eficiência, em menor tempo, com redução de custos e maior precisão.

Os softwares Ansys oferecem precisão e agilidade em etapas de design conceitual, buscando eficiência global do sistema e redução dos custos do projeto, considerando ainda softwares de controle, como gerenciamento de bateria e frenagem regenerativa. Com estas soluções, as empresas poderão criar e se adaptar com celeridade.

Benefícios e incentivos à adoção da eletrificação automotiva

Veículos elétricos não emitem gases com efeito estufa em sua locomoção, por isso são denominados “zero emissões”, nem ruído considerável, uma vez que motores elétricos são mais silenciosos que motores de combustão interna. Não dependem de combustíveis fósseis, fator que gera impactos ecológicos, econômicos e geopolíticos – já que a maioria dos países depende da importação desses produtos. São energeticamente mais eficientes que os veículos de combustão, tendo um gasto de energia por espaço percorrido menor que um veículo convencional.

Mesmo com todas essas vantagens, a adoção do veículo elétrico não depende só de uma mudança de hábito, preferência do consumidor ou das montadoras. Será necessária uma ampla revisão de infraestrutura, abastecimento e incentivos fiscais. Os países que lideram o mercado de eletrificação, como a Noruega, por exemplo, adotaram uma série de medidas, como estacionamentos grátis para carros elétricos e crédito para compra do veículo por meio da redução de impostos.

No Brasil, a Prefeitura de São Paulo aprovou, em maio de 2014, a Lei 15.997/14 que prevê que carros elétricos, híbridos e a célula de hidrogênio emplacados na cidade podem receber de volta 50% do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) pago, que corresponde a parte que cabe ao município. Os veículos também foram isentados do rodízio de São Paulo.



Rodrigo Ferraz é graduado e mestre em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Trabalha na ESSS desde 2002 e atualmente é Coordenador de Novas Tecnologias, responsável pelas atividades de vendas que envolvem ferramentas de simulação numérica.